O médico disse que, no dia que houvesse um doador com o órgão compatível (transplante de fígado) eles ligariam para esses números.
Na noite do dia 14 de agosto, recebemos a ligação.
Minha irmã, que trabalha em outra cidade e estava trabalhando lá naquele dia, recebeu a ligação do médico. O médico disse que houve uma doadora compatível com minha mãe e ele acreditava que o transplante daria certo.
Minha irmã tinha o dever de nos comunicar. Ela estava chorando quando ligou... e foi uma loucura receber essa notícia. Uma mistura de emoções: alegria, medo, ansiedade, gratidão... uma mistura desses sentimentos juntos.
Estávamos em casa, eu, minha mãe e o Luís, meu noivo. Tínhamos acabado de jantar. Estávamos sentados à mesa ainda.
Eu liguei para o médico para que ele repetisse as informações que já tinha passado para a minha irmã. Ele deu as orientações para internação e disse mais uma coisa: "Pode acontecer que, quando a equipe médica for fazer a captação do órgão, percebam que o órgão não está 100%. E nós só fazemos transplante se o órgão estiver 100%."
Guardamos essa informação. Mas vivemos intensamente todos os momentos, acreditando que o fígado da doadora estaria 100%.
Minha mãe internou, fez os exames pré-cirúrgicos e recebemos a notícia que o órgão não estava 100%.
Voltamos pra casa.
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Daquele dia até hoje, conversamos com transplantados de fígado. Pessoas que são fonte de inspiração e esperança pra nós. E eles disseram que isso também aconteceu com eles. É comum isso acontecer: que o órgão do doador não esteja 100%. Então, o transplante não é realizado.
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Somos gratas por esta mulher que viveu, morreu e teve o desejo de ser doadora de órgãos e, desta forma, prolongar a vida de outras pessoas. O órgão que minha mãe precisa não estava bom para o transplante, mas acreditamos que ela prolongou a vida de outras pessoas, pois um doador pode ajudar muitas pessoas que estão nas filas de transplante aguardando fígado, coração, rim, córneas, pulmão, ossos...
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Estamos no mês da conscientização sobre a doação de órgãos.
Você já conversou sobre este assunto com alguém?
Um tema que mexe comigo. Porém espero que a sua Mãe esteja a recuperar.
ResponderExcluir.
A Minha Mãe Morreu há 26 anos e já nessa altura ela doou um rins ao irmão mais nove que estava na lista de espera e que, pela lógica passou à frente, pela compatibilidade. Uma senhora ficou com o pâncreas, entre outras coisas. Ou seja, ela foi-nos entregue limpinha e até sem as corneas, isso foi duro, mas duro demais. Já não nos bastava a sua morte repentina aos 53 anos.
Deu vida a "outros" que alguns também já faleceram incluindo o Irmão. É a lei da vida
Gostei de ler. Saúde para a sua Mãe.
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Sinto, que meu corpo se perde do teu laço
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Beijos, e um excelente dia :)
Que sufoco,imagino! Angustiante espera essa. Pena não era o certo, mas logo há de chegar! Importantíssima a doação! beijos, boa sorte! chica
ResponderExcluirPela lei cá somos todos doadores a não ser que nos registemos como não doadores - não conheço ninguém que se tenha registado como não doador
ResponderExcluirQue bom esse relato, serve de muito exemplo pra gente. Confesso que nunca falei disso com alguém, mas doação é muito importante.
ResponderExcluirObrigada pelas suas palavras lá no meu blogue
ResponderExcluirum abraço
Gábi
amiga te desejo tudo de bom para ti e taua familia que deus esta sempre a vosso lado bjs
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