22 outubro 2021

Casamento - meu buquê

 A última postagem que fiz aqui foi há 5 meses. 

Dois meses antes do meu casamento. 


Se a vida de quem não casou em 2021 estava corrida, imagine a vida de quem estava se organizando pra casar. 


Durante estes últimos anos... 2019, 2020 e 2021, experimentamos de maneira muito concreta a presença e a proteção de Deus em nossa família. 


A espera e a realização do transplante de minha mãe... o casamento meu e do Luís... 


Deus é bom o tempo todo. 


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Quando meu pai faleceu eu senti imensamente sua falta no dia do meu casamento. 

Não sabia nem se teria um noivo, nem quem seria esse noivo. 


Enquanto eu vivia tudo de gostoso que uma noiva vive, no tempo que antecede seu casamento, eu também pensava na minha entrada na Igreja... 

Se minha mãe teria condições de entrar comigo... 

Se eu escolheria um tio, um homem, para representar meu pai... 

E também sentia falta do meu pai, também sentia falta do José...

Conversei isso com Deus. E com o próprio José. Em minhas orações, em meu coração. 


Nessas andanças pela internet, encontrei uma inspiração: Um relicário. 

Decidi fazê-lo para sacramentar a presença do José comigo, no dia do matrimônio. 


Partilho com vocês, meus amigos deste blog. 


Vocês sabem né... que este blog foi criado em 2011. 

No primeiro dia dos pais que passei sem o José. 

Aqui conheci muitas pessoas que também viviam diferentes lutos. 

Aprendi e aprendo muito com as amizades e interações que faço neste blog.









Nós 3, e o sacramento de José. 




O buquê ficou do jeitinho que eu pensei. 



Abraço pra você que passa por aqui. 

Até mais. 


02 maio 2021

Clube do livro


O clube do livro que proponho nasceu da vontade (e da saudade) de compartilhar histórias com as crianças, adolescentes e adultos. Ainda estamos vivendo a pandemia. Ainda estamos em isolamento social. Muitos alunos sofrem seja com a ausência de aulas on-line, seja com as intermináveis aulas on-line. Os professores também se encontram esgotados. Em meio a isso tudo, pensei numa forma leve e gostosa de aproximar crianças e adolescentes que gostam de ler e conversar sobre as histórias. Temos um grupo de crianças e adolescentes do Ensino Fundamental 1 e Ensino Fundamental 2, que fazem leitura de textos e livros de acordo com a sua faixa etária.


O primeiro livro que lemos foi esse: 

“Catarina e o Lagarto” é um livro instigante.

É aquele tipo de “histórias para crianças” que mexe com os adultos.

A menina estabelece vários diálogos com seu amigo Aniceto, o Lagarto. Essas conversas instigam Catarina a buscar mais informações sobre o que Aniceto falava. Sua Vó Bela ajuda a buscar novos conhecimentos sobre o mundo e sobre sua própria história.

Que riqueza!

Aniceto veio do continente africano numa caixa de papelão. Mas o livro não nos deixa esquecer de tantos homens e mulheres africanos que foram escravizados e vieram para o Brasil em navios nada confortáveis. Atualmente, muitas famílias vão e vem neste caminho Brasil x África, de avião.

O livro nos leva à descoberta ou à lembrança de nossa ancestralidade.

É necessário conhecer a nossa história. As nossas raízes.

Este livro está disponível em um site com domínio público. 

Clique aqui para acessá-lo.


 Eu selecionei algumas frases desse livro. Frases que chamaram minha atenção e também dos alunos que partilharam suas impressões sobre o livro comigo. 






Se você já leu ou ainda vai ler o livro, me conte suas impressões sobre ele. 

Grande abraço. 

Ana Virgínia. 

 

18 abril 2021

Dia Nacional do Livro

Em homenagem ao aniversário natalício de Monteiro Lobato, no dia 18 de abril comemora-se o dia do livro. 

É verdade que existe muitas críticas a Monteiro Lobato, devido a muitas questões. 
Principalmente questões raciais. 

 Assistindo alguns vídeos no YouTube, deparei-me com este. 


No final do vídeo, Cortella conta uma história, de um casal de idosos que foram alfabetizados depois dos 85 anos de idade. 

História para inspirar e trazer esperança. 




 

04 abril 2021

Feliz Páscoa

 Feliz Páscoa. 

Por aqui o nosso coração está sereno. Vivendo aquilo que chamamos de "sentido da Páscoa". Escutamos sempre: o sentido da Páscoa é: Renascimento, Paz, Alegria. 

A Ressurreição de Jesus. Este é o sentido da Páscoa! 


Minha mãe é um dos motivos desta celebração, deste renascimento. 

O transplante foi uma oportunidade de nova vida, de esperança, de alegria.



Esta foto acima é de ontem, sábado de aleluia. 
Ela, na varanda da casa dela. À espera de um carro. De um carro que trazia o irmão que lutou e venceu a Covid. Ontem foi o dia da alta dele. 


Foi outro renascer. Outra vida nova. 

E, por aqui, aprendemos a celebrar as pequenas vitórias, a comemorar as coisas mais simples da vida, a demonstrar amor em cada momento. 

Tio Selmar sempre foi o nosso apoio, a nossa base. Durante a doença dela, antes do transplante, ele se esforçava, se sacrificava para nos ajudar. Ia ao mercado. Trazia comidas. Arrumava alguma coisa na casa. 

Durante os 15 dias que ela esteve internada, ele foi a carona, o motorista que, muitas vezes, levava eu e minha irmã para revezar de acompanhante. 

No dia da alta, ele fez questão de ir buscá-la no hospital. 



Três dias depois ele começou com sintomas leves de Covid. Esses sintomas que se confundem com gripe ou dengue. Após uns dias os sintomas se agravaram. Teve 80% do pulmão comprometido, foi entubado. 

Houve em nós uma enorme tristeza, desespero, angústia. 

Os médicos ligavam todos os dias. No final do dia. Ligavam para a esposa dele. E nós ficávamos esperando as notícias. Nos 8 dias de entubação, a notícia era que o estado era grave, mas estável. Em alguns dias a notícia de que ele estava respondendo aos medicamentos, trazia um pouco de consolo para nós. 

No meio de tudo isso, de todos esses sentimentos, nós rezamos, oramos. 

Todo dia rezamos. Até hoje. 

Marcamos um horário e nos reunimos. 

A oração era uma forma de enviar nossos desejos de melhora, nossa energia positiva. E a oração também acalmava nosso coração, dando-nos esperança. A oração fazia bem pra ele e pra nós. 

Foi muito emocionante o dia em que ele foi para o quarto e, do celular da sua esposa, participou conosco da oração que fazíamos. 

Ontem também foi emocionante. 
O primeiro dia dele em cada, participando conosco da oração. 


A oração reuniu e reúne a nossa família, amigos, familiares de longe. 

Assim tem sido a nossa celebração da Ressurreição de Jesus e Renascimento de vidas em nossa família. Celebramos com alegria e paz este dia e esta data. Cada um na sua casa. Fazendo ligações e sentindo saudade da casa cheia e da troca de bombons. Esperamos também pelo horário da nossa oração à noite.


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É verdade que ainda sofremos. 
Juiz de Fora sofre. 
Minas Gerais sofre.
O Brasil sofre. 
O mundo sofre. 


Ainda choro pelos amigos que perdi. 
Ainda choro por aqueles que não tiveram condições de ser atendidos nos hospitais. 


Por aqui ainda tenho medo e crise de ansiedade. 
Mas, celebro as oportunidades de alegria e vida nova. 

É importante ver as flores que estão no caminho. 


Feliz Páscoa para você, com a esperança de dias melhores para todos nós. 












18 março 2021

Transplante de fígado

 Eu postei aqui, em setembro do ano passado, sobre uma experiência que tivemos enquanto minha mãe estava na fila, à espera de uma doação de órgãos. 


Pois bem, os dias por aqui estavam tumultuados, angustiantes, cheios. 

No início de 2020 tivemos as notícias sobre a pandemia e também sobre a situação da saúde da minha mãe. 

Em setembro de 2019 recebemos a notícia que ela precisaria de um transplante de fígado, devido a uma cirrosa de causa não identificada. 

Em dezembro de 2019, os exames que ela fez indicaram que ela não precisaria mais de um transplante. 

Em março de 2020, os exames voltaram a mostrar grandes alterações. Novamente estávamos na fila para um transplante de fígado, à espera de um órgão.

Em agosto de 2020, conforme citei na postagem do link acima, recebemos uma ligação que nos informava a doação de um órgão compatível. Mas a cirurgia não pôde ser realizada. (Leia lá). 

Daí por diante, tivemos mais esperança. 

Soubemos que minha mãe estava na ponta da lista. Ela era a primeira da lista para receber um fígado que fosse de um doador com o mesmo tipo sanguíneo dela.

Ao mesmo tempo que tivemos esperança, tivemos também muitos dias difíceis. A situação dela estava se agravando a cada dia. Já não conseguia realizar as tarefas básicas em casa. Ficou dependente de nós (de mim e minha irmã). Nós duas trabalhando, dependíamos de amigos e vizinhos seja para uma alimentação para ela ou levá-la ao hospital semanalmente. 

Embora toda dificuldade e sofrimento, cada dia levantávamos com coragem, com fé. 

Os médicos diziam que, com a pandemia, o número de cirurgias de transplante diminuíram muito. 

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No dia de fevereiro, sábado à noite, estávamos em casa. 

Sentados na sala, assistindo TV, conversando sobre a vida. 

O telefone da minha mãe tocou e estava próximo de mim. 

Era um número diferente. Não estava salvo na memória do telefone. Esse fato - ser um número diferente - já fazia nosso coração disparar. Podia ser o médico que avisa sobre o transplante. Toda vez que o telefone tocava e era um número diferente, pensávamos que podia ser o médico. 

Nesse dia era ele mesmo. Novamente. 

Ele se apresentou e, novamente, uma grande emoção tomou conta de nós. 

Minha irmã estava aqui em JF. Nossos namorados estavam conosco. Minha sogra e uma vizinha amiga também estava aqui. 

Ao anunciar que era o médico, tive que sair da sala para ouvir o médico, pois a emoção e a esperança foram traduzidas em choro, lágrimas. 

Meu coração estava quase saindo pela boca. Mas, sabia que era necessário concentrar nas orientações dele. 

Após a notícia, fizemos uma oração. Oração de agradecimento. Oração de esperança. 

O médico disse que, novamente, o doador não era da nossa cidade. 

A captação do órgão aconteceria em outra cidade. E fez todas as orientações. 


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Minha mãe internou no dia 21 de fevereiro, domingo, pela manhã. 

Eu e minha irmã pudemos acompanhá-la até por volta de 14h, quando foi para o centro cirúrgico. 

Existia em nós um medo que os médicos dissessem que o transplante não pudesse ser feito. Mas existia também uma grande esperança. Num determinado momento eles disseram que estava tudo certo para que a cirurgia pudesse acontecer. 

A cirurgia começou por volta de 16h. Terminou por volta de 1h da manhã. Quase 10h de cirurgia. 

A notícia que ocorreu tudo bem na cirurgia nos tranquilizou. 

Ela ficou 3 dias na uti. 

12 dias no quarto. Enquanto estava no quarto, eu e minha irmã revezamos para ficar com ela durante todo o tempo. 

Agora ela está na recuperação da cirurgia. Estamos em isolamento em casa, enquanto a cidade está em Lockdown. 

Está se recuperando bem. Alimentando bem. Voltando a andar, devagar. (Antes da cirurgia ela não aguentava andar muito bem). 


Existe uma mistura de sentimentos entre nós. 

A gratidão a Deus e ao doador de órgãos. A gratidão a tantas pessoas que nos ajudaram até aqui. A gratidão às equipes dos hospitais por onde passamos. 

Tudo isso será assunto para as próximas postagens. 

No dia da cirurgia.




Antes de ir para o centro cirúrgico.




No hospital, 10 dias após a cirurgia, hora da fisioterapia. 


Abraço. 
Até mais. 

14 março 2021

Oi 2021

 Eu sinto falta desse espaço, das interações e dos aprendizados que sempre vivo por aqui. 

Mas os dias andam muito corridos e a vida como uma montanha russa. 

Está tudo bem. 


Dia 23 de fevereiro lembramos do décimo ano do falecimento do meu pai. 


Meu Deus, quanto tempo! Há 10 anos José não vive fisicamente aqui conosco. 

Mas vive em nós. Vive na coragem que buscamos. Em nossa fala. Em nossas ações. Em nossos sentimentos. Na comida que fazemos, aquela comida que ele mais gostava.


Eu lembro que, quando eu chorava sobre a dor que a falta de José provocava em mim, a Ana Paula, em uma das cartas que trocamos, me consolava. Ela dizia que um dia a saudade seria um sentimento leve, que daria guardar em uma caixa forrada com folhas de seda. (As palavras dela era algo assim). E eu respirava fundo, sabendo que um dia a saudade não seria somente dor e lágrimas. 


Após 10 anos da partida do José, meu pai, ainda sinto falta.

Mas consigo sorrir ao lembrar dele. 

Consigo até admirá-lo e amá-lo cada vez mais. 

Todo carinho, toda educação que ele nos deu (a mim e a minha irmã), dão frutos hoje. 


Ao lembrar dos 10 anos da partida de José, lembrei também que há 10 anos (a se completar em agosto),  estou presente no blogger, com este blog: Filha de José. 


Agradeço a você que passa por aqui de vez em quando. 

Agradeço as amizades que foram construídas por meio deste espaço. 


Até mais.