31 maio 2019

Maternidade.

Texto postado no Casulo Escrita.


Quando eu era criança eu tinha os meus filhos. Aquelas bonecas com o corpo de pano e braços, pernas e cabeça de borracha. Eram os “bebezinhos”. Eram brancos, pois ainda não existiam as bonecas negras. Eram meus filhos. Eu saía com eles de casa, levava pra passear na casa da minha avó. O bebezinho ia embrulhado num cobertor de bebê. Minha avó fazia roupinhas para o bebezinho. Era uma gostosura aquela vida, aquele filho. Lembro-me que tive dificuldade de desapegar da boneca velho com o corpo rasgado.

O tempo foi passando.

Lembro-me que, na adolescência, nas primeiras menstruações, a minha mãe alertava quanto ao perigo de ter bebês de verdade. Os alertas eram quase ameaças: “Ai de você aparecer grávida aqui em casa”.

O tempo foi passando.

Não fui mãe na adolescência.

Não fui mãe na juventude.

Já estou na vida adulta, já passei dos 30, e não sou mãe.

Talvez pelo fato de não ter começado a namorar tão cedo, ou pelo fato de não ter me sentido segura com nenhum dos namorados que eu tive, “ser mãe” não foi um sino na minha mente. Eu penso que, para ter um filho (na minha opinião e na minha vida) é necessário segurança e comprometimento também do companheiro. Ter um filho é uma responsabilidade imensa, é abrir mão de muitas coisas, é viver correrias, sofrimentos. E para mim, isso seria possível se o companheiro estivesse 100% comprometido comigo e com o bebê. Mas a minha vida amorosa na adolescência e vida adulta não me fizeram sonhar em ter filhos.

O tempo continua passando.

A médica ginecologista, que é muito atenciosa comigo, me orienta quanto ao tempo que tenho para ter filho, para ter filhos. Eu agradeço as orientações da médica, mas não vejo a maternidade tão próxima de mim.

Penso, acredito e vivo (atualmente), nas infinitas possibilidades de ser uma mulher realizada e completa, mesmo sem ter gerado um filho, mesmo sem saber que se quero gerar um filho, mesmo sem saber se posso gerar um filho.

Pode ser que amanhã eu pense diferente disso e queira ardentemente ter um filho gerado em mim.

AnaVi

23 maio 2019

Tô confusa !




Tô confusa diante desta foto. 

O que aprendi e aprendo com Maria, a Mãe de Jesus e discípula dele, nada tem a ver com as propostas e postura do presidente do Brasil, este que não elegi. 


Aos que tiverem interesse, sugiro a leitura deste texto, de Frei Ildo Perondi