E você concorda com a frase que dá título para esta postagem?
Meu Deus...
Quantas vezes escutei essa frase nos "salões de beleza". E sempre saía aquele sorriso amarelo de quem concordava com a frase imposta por alguém e aceita por tantas de nós.
Claro que, se eu quiser que meu cabelo seja liso (o que ele não é de natureza) eu vou sofre dores e meu cabelo também sofrerá.
E lembro bem das vezes que eu ficava sentada na cadeira giratória dos salões de beleza.
O vapor quente do secador de cabelos, a escova redonda de vários tamanhos que, algumas vezes se enrolava toda no meu cabelo.
A força que a profissional fazia puxando os fios e eu me segurando na cadeira, firmando a cabeça.
E quando era para secar e puxar essa parte bem perto da orelha? E o medo que dava de queimar? E as vezes que já queimou?
Alguns salões tem um tampão para orelhas que não adianta nada. Se você segurar o tampão com a sua mão, você protege a orelha e queima os dedos.
Depois de tudo isso, a piastra. Pois o secador e as escovas redondas não alisam os cabelos crespos com tanta facilidade.
E o medo que eu tinha daquela prancha esbarrar no meu couro cabeludo?
E as vezes que já esbarrou?
"-Pronto! Está linda agora."
Sempre dizem essas profissionais.
Uma menina com o cabelo anelado, crespo, sai do salão balançando os "seus" lisos cabelos.
Corre de cada gota de água.
Tenta não suar para que a escova dure mais tempo.
Coloca sacola plástica na cabeça na hora de tomar banho.
Quando não é o processo de alisar temporariamente os fios é o processo de alisar definitivamente, ou relaxar, ou usar o super relaxante. Doloroso também. Algumas mulheres crespas têm seu couro cabeludo queimado, machucado, ferido, por causa de uma química que promete deixar os fios mais macios e controlados.
Me responda por favor: Quem disse que o cabelo é duro? Quem precisa ser controlado?
E assim foi minha vida em busca da beleza que é anunciada.
Aquela beleza que você precisa de sofrer para adquiri-la.
Ainda bem que o tempo passa. E com ele observamos nossa evolução, nossa transformação, nossa transição.
Vê lá se uma mulher, com qualquer tipo de cabelo, precisa depender de uma ideia assim para pensar que possui beleza.
Terminei a transição capilar. Fiz o Big Chop.
Mas estou em transição com minhas ideias, com minha presença nos ambientes em que atuo. Em transição com o pensamento que as pessoas têm de mim.
É bom ser "essa metamorfose ambulante".
É bom desejar ser livre e ser, pelo menos no que diz respeito ao cuidado com os cabelos e comigo mesma.
É bom, é gostoso demais conhecer seu cabelo, vê-lo nascer, senti-lo crescer naturalmente.
É bom lavar, passar um creme e esperar secar.
É bom inventar penteados com grampos e panos.
É bom não depender da mídia e das fotos das capas de revista para sentir-se bela.
Gostaria de citar a fonte desta bela foto. Mas não tenho.
Que fique registrado o meu respeito a todos que escolhem esticar, relaxar, alisar, enrolar.
Todos nós podemos fazer escolhas. É preciso que entendamos isso. Todos nós podemos escolher o que quisermos. Inclusive ser natural.
Paz pra nós!
AnaVi.