Devido a repercussão deste caso, conversamos sobre isso em sala de aula, juntamente com outro profissionais da área educacional: professores e pedagogos.
Nossa atividade não foi julgar se a escola fez certo ou errado em demitir o professor, mas sim dizer se nós levaríamos este texto para uma turma do Ensino Médio.
Em nossa conversa, citamos o seguinte:
1 - É necessário preparar os alunos antes de levar um texto com este vocabulário. De acordo com a reação deles, podemos decidir levar ou não levar o texto.
2 - Devemos levar em conta a religiosidade dos alunos. Alguns podem sentir constrangimento ao escutar palavras e expressões eróticas contidas no texto. Embora a escola seja uma instituição laica cada aluno tem a sua religiosidade e uma maneira de vivê-la.
3 - Observamos também uma contradição. Sabemos que os alunos do Ensino Médio não são ingênuos ao ponto de nunca terem escutado as expressões contidas neste conto. Então porque se espantam quando são lidas em sala de aula?
4 - O importante é ler e analisar o conteúdo literário do texto e não ficar focado no vocabulário.
4 - O importante é ler e analisar o conteúdo literário do texto e não ficar focado no vocabulário.
5 - O que percebemos neste texto é a repressão da mulher. Ela deseja e reprime.
6 - Comentário sobre o conto.
Podemos considerar que o conto é uma metáfora da realidade. A mulher, uma dona de casa com marido e filhos, se sente tolhida e se auto-censura, escondendo em cartas que manda para si os seus desejos sexuais.
O conto, assim como a realidade, mostra uma pessoa tolhida pela sociedade e pela imposição de ter que corresponder às expectativas alheias, que ninguém sabe como e porquê surgiram e se impuseram sobre nós.
Porque esconder seus desejos secretos? Porque enviar cartas a si mesma como forma expor esses desejos somente para si?
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